terça-feira, 2 de agosto de 2011

ROBERT PATTINSON EM ENTREVISTA À REVISTA LA SEMAINE

Em entrevista à revista La Semaine, o ator Robert Pattinson que interpreta o vampiro Edward Cullen nos filmes da saga Crepúsculo,  falou um pouco sobre Amanhecer-  parte I e II , das espectativas pro futuro e sobre o fim de um ciclo na sua vida. Confira:




La Semaine: Como foi o último dia de filmagem? A atmosfera era triste ou estava tudo bem?
Robert Pattinson: O último dia de filmagens no Canadá foi um pouco difícil. Terminamos depois de duas semanas de filmagens noturnas e estava terrivelmente frio. Foi terrível. Mas o verdadeiro dia final de filmagem foi nas Ilhas Antilhas, e foi incrível. A única vez que nós filmamos com um tempo agradável e foi assim o dia inteiro. No último dia, nós ficamos na praia e no mar, e nós aproveitamos a noite inteira lá. Esse foi o último dia. Não foi tão ruim. (Risos) Uma forma boa de terminar essa aventura.
La Semaine: Então me parece muito mais um clima de festa do que de um funeral. Como era o clima no set?
Robert Pattinson: Era agradável. O último dia correu muito bem. No Canadá tinha 120 pessoas, o que fazia com que fosse estressante até o último minuto. Então quando nós nos encontramos sozinhos, Kristen e eu, e a maior parte do trabalho já havia sido realizado e nós não tínhamos mais tanta coisa pra fazer além de algumas cenas adicionais, todos assistiram o nascer do sol, e foi bom. Foi um bom final.

La Semaine: Você está triste por ter terminado?
Robert Pattinson: Eu não sei ainda. Eu sinto que eu estive no meio de um redemoinho de vento por um bom tempo. Como se eu tivesse feito esse trabalho sem parar ao longo dos anos, mesmo eu tendo estado envolvido em outros filmes no meio desse tempo. Quando eu ia promover um papel de outro filme, as pessoas ainda falavam comigo como se eu estivesse permanentemente em Crepúsculo. Talvez dentro de um ano, quando o último filme for lançado, mas no momento ainda ha outro ano essencialmente de Crepúsculo esperando por mim.
La Semaine: Você espera chegar ao ponto em que a histeria da mídia acabe e você possa se engajar em outros filmes?
Robert Pattinson: Sim... Quer dizer, ainda há um pouco de agitação, especialmente agora, mas eu quero ver como as pessoas irão olhar pra mim dentro de alguns anos. Eu sinto que o que sai por aí nas notícias é sempre a mesma coisa (risos). Eu não sei qual será a situação dentro de três anos. Eu não sei por quanto mais tempo essa febre irá permanecer e eu não consigo imaginar em que proporção.
La Semaine: Num nível profissional, como fica o seu caminho depois de Crepúsculo? Você se sente um prisioneiro desse tipo de papel, ou você foi oferecido a outros papéis que te permitem expandir seus horizontes?
Robert Pattinson: Isso não mudou muito as coisas. A vantagem com Crepúsculo é que Edward é uma personagem muito específica, então eu não posso dizer que fiquei preso a esse tipo de papel. Seria impossível interpretar o papel de um vampiro benevolente para sempre. Eu seria maluco de escolher interpretar outro vampiro imediatamente (risos). Pra falar a verdade, tudo que eu fiz desde então me parece ser completamente diferente, porque é virtualmente impossível fazer a mesma coisa. Então eu achou que isso causou problemas. Se eu fosse um ator de filmes de ação, eles poderiam dizer que eu estaria fazendo os mesmos filmes e ficaria sempre preso em filmes de ação. Mas eu fico bem em não interpretar outro vampiro bonzinho ou participar de outra história de amor que envolva vampiros.
La Semaine: Você gostaria de trabalhar como diretor de algum filme?
Robert Pattinson: Talvez. Eu amo escrever. Eu gostaria de ser um consultor de scripts. Meu trabalho ideal tomaria conta de todos os aspectos do jogo (filme) e fazer uma história que funcione.
La Semaine: Edward e Bella se tornaram pais nesse filme: como você se preparou pra ser pai? Foi estranho? Você se baseou na sua infância?
Robert Pattinson: Na verdade não. No início foi fácil fingir que eu tinha uma filha, porque você só tem que segurar o bebê nos seus braços (risos). Mas depois disso foi bastante difícil. Quer dizer, ninguém realmente sabe como é ser pai logo no início. Não tem como você se preparar. É muito fácil de reagir quando uma criança está em seus braços, especialmente se é uma criança de verdade. Quando ela chora em seus braços, então você tem que prestar uma atenção mais cautelosa com ela. Por outro lado, é estranho que a sua filha no filme cresça tão rápido. Do nada você vira e percebe, “Wow, minha filha tem 11 anos de idade”. (Risos) Dois meses depois do nascimento, ela fala! Isso é difícil de interpretar, mas é uma fantasia, e no momento certo você acaba entrando na fantasia, bem simples.
La Semaine: As cenas de sexo no livro são muito sexy, considerando que nos três primeiros livros eles eram praticamente castos. Como foi filmar essas cenas sabendo que elas iriam ser mostradas para um público menor de idade?
Robert Pattinson: É estranho falar sobre as cenas de sexo do livro, mas na realidade elas não existem. Elas são o fruto da imaginação das pessoas. Elas pensam, “ah, deve ter sido selvagem”. (Risos) Basicamente tudo é coberto com sombras. Não há a menor menção no livro que não seja por um comentário dos momentos depois, e é o melhor exemplo de algo que foi censurado, mas ao mesmo tempo é erótico. Brinca com a imaginação das pessoas. Como por exemplo, a ilusão das penas. No momento certo fala-se da existência de penas no “depois”, e como os fãs estão obcecados com as penas, penas serão mostradas no filme. (Risos) Como se todos os fantasmas dessa história pudessem ser condensados nessa imagem. Tendo dito, todas as cenas de sexo não são apenas ou completamente uma extensão dos fãs. Tinha que ser representado no filme e isso foi a única coisa que nos preocupou. Bem, nós tínhamos que mostrar algo. E é estranho tentar fazer algo sabendo que existem tantas expectativas em cima disso. No fim das contas, assistir a duas pessoas fazendo amor nunca será tão espetacular assim. (Risos)
La Semaine: Você está nervoso para saber como o público irá reagir a esse filme ou isso não te afeta?
Robert Pattinson: Não, eu estou muito nervoso. Eu gosto de quando se chega ao fim de uma série. Quando o livro saiu, eu disse a mim mesmo: “Nossa, ela (a autora) realmente estragou a história com uma história dramática e bizarra. Mas no final dá sentido a tudo. Foi muito corajoso da parte dela. Esse tipo de situação é interessante: os filmes anteriores seguiam mais ou menos o mesmo padrão, mas este nos irá fazer pensar “Como assim?”Não é o mesmo tipo de filme. Então eu espero que todos gostem. E Bill é um diretor fantástico também.
La Semaine: E quanto à cena do parto? Foi algo muito espetacular no livro que acabou indo mais pro lado do terror...
Robert Pattinson: Sim, tinha muito mais perigo que o filme acabou se tornando para maiores de 18 por causa dessa cena do que por causa das cenas de sexo. É comum vermos cenas de sexo em filmes para 13 anos e tal. A cena do parto foi quase uma missão impossível, porque você não pode mostrar sangue num filme para crianças dessa idade. No entanto, nós fizemos uma cena de parte horrível e horripilante, e eu nem sei como descrevê-la (risos). Essa cena é um ponto forte do filme. Foi muito difícil de filmar, e quando terminamos nós pensamos, “vai ser classificado para menores de 13 anos?” No livro, tudo é visto através dos olhos da Bella, que está prestes a desmaiar de dor. Bill quis respeitar esse ponto de vista. Quando nós filmamos essa cena foi... horrível (risos). E especialmente porque nós filmamos com uma criança de verdade e ela tinha apenas duas semanas. Ela teve uma péssima introdução ao mundo da atuação. Aquela criança nunca será uma atriz. (Risos)
La Semaine: Você conversou com a mãe dela? Eu sempre me perguntei que tipo de mãe emprestaria o próprio filho para esse tipo de filme...
Robert Pattinson: Ela foi muito gentil e muito reservada em relação a tudo isso. As pessoas no set chamam muita atenção para elas (as crianças) e seria estúpido não fazer isso. Mas eu lembro que estava frio no set. E foi um dos mais estressantes de todos os tempos, então eu falei pras pessoas colocarem radiadores em todos os lugares, o que escureceu as janelas e estragou a gravação. Mas eu só penso nesse bebê com geléia e creme na cabeça.
La Semaine: Edward é muito protetor da Bella. Você é como ele na vida real?
Robert Pattinson: Eu sou protetor em relação a todas as pessoas próximas a mim. É estranho, mas com a fama eu me tornei mais protetor das pessoas. Isso nunca aconteceu comigo, mas quando as pessoas começam a falar dos seus amigos e das pessoas à sua volta você meio que sente a necessidade de intervir. Eu os deixo falar e espero que tudo saia bem, mas se alguém fala algo ruim para a minha família ou meus amigos eu me sinto compelido a protegê-los.
La Semaine: Qual foi a melhor coisa que a fama lhe trouxe? Porque existem pontos positivos e negativos, é claro...
Robert Pattinson: Eu me achei de uma forma diferente inesperadamente. Agora eu vivo uma vida que não era preu viver, e que agora existe. E isso de certa forma atrasou o meu processo de me tornar um adulto (risos). Mas eu aprecio. Me permite conhecer muitas pessoas interessantes. Existem apenas alguns trabalhos nos quais todos, assim como na indústria cinematográfica, amam seus trabalhos. E é bom ir trabalhar todos os dias quando as pessoas são tão apaixonadas pelo que elas fazem e planejam fazer algo extraordinário.
La Semaine: Você está esperando para que a fama associada com Crepúsculo e que todos seus fãs se acalmem para que você possa se focar em outras coisas?
Robert Pattinson: Eu não sei. A única coisa irritante nisso tudo em termos de carreira é quando você se torna famoso, não importa em que área, você se encontra com um enorme número de limitações. Quando você não tem fama, ninguém te odeia (risos). Eu me lembro que antes de Crepúsculo, se havia algo sobre mim na internet, todos os comentários eram positivos. Agora é diferente. As pessoas enlouquecem com isso por uma coisa ou outra, e eu não sei por quê. E a única coisa irritante, e é incrível com os fãs de Crepúsculo, que se expressam muito e são muito protetores dos atores da Saga. É como se fosse um exército que te defende (risos).
La Semaine: A mesma coisa acontece com profissionais do esporte.
Robert Pattinson: Sim, é como ser membro de um time. É exatamente isso. Com celebridades, tem pessoas que gostam de defendê-las, e outras que gostam de odiá-las, e a vida é assim (risos). É muito estranho.
La Semaine: Você lê o que ficam falando de você ou não?
Robert Pattinson: Eu leio de vez em quando, por razões práticas até. Por exemplo, se eu acho que eu falei algo estúpido, eu vou testar isso (risos) pra ver que reação isso causou, pra ver se eu preciso dar outra entrevista esclarecendo as confusões (risos). Mas é muito mais para controlar os desastres.
La Semaine: O que você acha que será importante nesse fenômeno Crepúsculo no final? O que a Saga trouxe para a nossa sociedade e até para as gerações mais novas?
Robert Pattinson: Eu acredito que tudo que encoraje à leitura é importante. Eu pensei o mesmo quando eu participei de Harry Potter e é simplesmente incrível. Livros como Crepúsculo e Harry Potter são muito focados em si mesmos, até mesmo seus filmes. Produzir filmes para mulheres se tornou um padrão: nada profundo, mas faz aqueles responsáveis pela produção cinematográfica pensarem e avaliarem que as mulheres são um público alvo que merece reconhecimento. Isso, em minha opinião, é uma coisa boa para os meninos também. Porque eu acho que a indústria está convencida de que as únicas pessoas que vão ao cinema são os adolescentes. E por esse motivo todos os filmes que saem hoje em dia são comuns para eles. Mas se você começa a fazer filmes para mulheres, tem mais espaço para drama (risos) e não apenas filmes de ação. Muitas pessoas acham que os filmes para as mulheres são apenas drama (risos), mas são esses que eu amo.

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