Água para Elefantes chegou na maioria dos cinemas brasileiros hoje. O filme, que já teve uma exibição exclusiva para a imprensa, foi resenhado pelo Adoro Cinema e trazemos pra vocês as impressões dele sobre o novo trabalho de Rober Pattinson. Confiram:
A história é contada pelo protagonista Jacob Jankowski (Hal Holbrook), coroa com mais de 90 anos que não consegue esquecer a juventude debaixo da lona. E assim, fazendo uso de um leve (e bom) suspense sobre o que teria acontecido em 1931, o espectador volta no tempo com ele, ainda um ex estudante de Veterinária (Robert Pattinson) diante de uma encruzilhada existencial, que o direcionou para o Benzini Brothers. Foi nesse lugar, que ele entrou em contato com a brutalidade dos homens, mas descobriu Marlena (Reese Whiterspoon), a principal atração e esposa de August (Christoph Waltz), o carismático e violento dono do “Maior Espetáculo da Terra”.
Com um tradicional triângulo amoroso servindo de espinha dorsal, o roteiro explora de maneira eficaz a disputa pela fêmea entre dois machos igualmente impulsivos. E ornamenta este palco da paixão com um bom figurino, reconstituição de época e elenco coadjuvante afiado. Ao abordar um amor “fora do alcance”, as cenas são comedidas, mas existe uma química verdadeira, mais por mérito dela do que dele. Contudo, são boas as sequências onde ele se vê forçado a vê-la nos braços do concorrente. O mesmo acontece nos momentos de tensão e violência, especialmente aqueles com um sonso Waltz, injetam vigor e as partes mais doces e românticas conseguem encantar. A elefante Rosie, aliás, protagoniza boas cenas de ação e graça.
Dirgido por Francis Lawrence (Eu Sou A Lenda), experiente em video clips, a trilha “bluseira” marca forte presença nas vozes de Louis Armstrong, Bessie Smith e Boswell Sisters, entre outros. E nesse quesito, o destaque vai para o recurso do roteiro que incluiu, em momentos do diálogo entre os amantes, o uso das letras das canções para destacar o que sentiam. Ficou bacana. Deu um clima.
Para quem gosta de uma curiosidade, o porquê do título do filme aparece logo no início, dito em tom jocoso pelo futuro patrão, como uma tarefa que o aspirante poderia executar, apesar do circo não ter – ainda – o paquiderme no elenco de atrações.
Cheio de licenças para mover a trama (“comendo” espaços de tempo), preço que adaptações pagam por resumir páginas e mais páginas de um livro, um olhar mais atento poderá notar o “pulo” entre uma violenta briga e a sequência seguinte já dentro do trem. O que dizer então dele seguir o trem andando? De qualquer forma, são pontos que não comprometeram o resultado final. Assim, diferente do elefante que não esquece, esse longa pode não ficar para a memória, mas trata-se de um respeitável romance. Senhoras e senhores, boa sessão.
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