terça-feira, 28 de setembro de 2010

OTR é o filme mais lento ?

Qual outro filme de Hollywood levou tanto tempo para ser adaptado? Eu me pergunto se o próximo filme de Walter Salles sobre o livro On The Road de Jack Kerouac vai bater o recorde de duração de desenvolvimento quando finalmente chegar às telas ano que vem.

Sim, meus amigos, após 15 anos de planejamento, On The Road: O Filme está realmente acontecendo. Ele faz parte da lista do IMDB agora. Está sendo gravado em Montreal. Alguma atriz de algum filme chamado Crepúsculo é aparentemente a atração principal (estranho, sendo que é uma história sobre amizades entre dois homens).

Mas, então, é provavelmente bom que grandes estrelas não interpretarão Dean Moriarty (o personagem baseado em Neal Cassady) e Sal Paradise (o personagem de Kerouac baseado em si mesmo). Esses atores terão um tempo suficientemente difícil tentando parecer naturais nesses papéis icônicos.

Leitores de longa data do Literary Kicks irão lembrar que eu tentei fazer o teste para este filme em 1995, e conheci Francis Ford Coppola e Allen Ginsberg no set (nós não tivemos muito tempo para conversar, sendo que tinham mais cinco mil candidatos tentando conseguir a atenção de Coppola). Na época, eu era descrente das chances do filme para a grandeza do cinema. Hoje em dia, me desculpe por dizer, mas continuo descrente, porque não é provável que a grande gestação tenha ajudado. É o casual, apressado e sem preparação de On The Road que faz o romance parecer tão frenco e vivo, e 15 anos de preparação é improvável de se descrever como ‘casual, apressado e sem preparação’.

Qualquer versão cinematográfica de On The Road em qualquer momento teria que lidar com esse problema. É parte da lenda do livro e, certamente, parte de seu apelo, que a história é uma massa não-estruturada, uma corrente de experiências, um rolo desdobrado. Uma trama satisfatória ou uma caracterização artificial irá estourar a bolha. On The Road: O Filme deveria parecer cinema de verdade, ou perderá seu atributo mais essencial – a espontaneidade.

Esse é o desafio que têm os rostos de Garrett Hedlund e Sam Riley, e eu realmente lhes desejo o melhor.

É interessante imaginar outros pares para interpretar Dean e Sal. Voltando para quando eu ouvi pela primeira vez sobre (e fiz um teste para) esse filme, eu sugeri Woody Harrelson e Rob Lowe para interpretar Dean e Sal. Voltando para quando Kerouac estava vivo e a possibilidade de um filme foi discutida pela primeira vez (Kerouac estava ansioso para ver isso acontecer), Paul Newman e Montgomery Clift foram considerados como um possível par. O nome de Marlon Brando apareceu nessas discussões também, mas eu não conseguia ver como ele se encaixava: ele era arrogante demais para interpretar Sal, e não era alegre o suficiente para interpretar Dean.

Eu não sei muito sobre Garrett Hedlund, Sam Riley, Amy Adams ou Kristen Stewart, mas eu sei quem Kirsten Dunst é e espero que ela faça uma ótima Carolyn Cassady, em quem foi inspirada Camille Moriarty. Também estou empolgado que Viggo Mortensen, que estava ótimo em Marcas da Violência, fará Old Bull Lee, o personagem baseado em William S. Burroughs. No IMDB não diz quem o excelente ator Steve Buscemi irá interpretar, mas Buscemi sabe de literatura beat e certamente será ótimo para o filme. Eu suspeito que o Mr. Pink aparecerá como Elmer Hassel, ou talvez Remi Boncoeur.

Vai levar um tempo até que possamos ver esse filme, mas por enquanto, tem um novo filme sobre o poema de Allen Ginsberg, Howl, que sairá em breve. Uma parte bem escrita por James Franco na Vanity Fair sobre a sua experiência interpretando Allen Ginsberg é um sinal encorajador para este, e estreará em outubro. Eu, certamente, o reverei aqui.

Você está ansioso para um ou ambos desses filmes?

Fonte

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