Critica Nacional
“Cosmopolis”, que concorreu à Palma de Ouro este ano em Cannes, tem Robert Pattinson no papel principal, o do bilionário Eric Parker. No projeto inicial, Cronenberg havia chamado Colin Farrell, que trocou o filme, felizmente, para fazer “O Vingador do Futuro”.
Quem achava que Pattinson estava fadado a ser vampiro para sempre, engana-se. Ele está ótimo no papel de um bilionário de 27 anos entediado com a vida. Tudo o que o dinheiro pode comprar ele já possui, até mesmo um super moderno aparelho de ultrassom instalado em sua limo.
De certa forma, o livro antecipou a derrocada do sistema financeiro e os protestos anticapitalistas, como o Occupy. Podemos dizer que este é um filme sobre o anticapitalismo, e que ele olha com ironia para a vida desses novos tão jovens bilionários.
Pattinson é Eric Parker, jovem bilionário americano que quer atravessar Manhattan para cortar o cabelo em um dia caótico provocado pela visita do presidente dos EUA à cidade e pela morte (e funeral aberto) de um de seus rappers preferidos. A cidade está parada, caótica e cheia de protestos contra o capitalismo.
De dentro de sua limusine, Eric, o capitalismo em si, passa por consultas médicas, conversas sobre o sistema e o comportamento humano com sua conselheira, reuniões com seu staff e encontros quentes com sua consultora de arte, interpretada por Juliette Binoche, lindona aos 48 anos. Em um dos melhores diálogos do filme, ela oferece uma tela do pintor Rothko, o que para ele parece muito pouco. Ele quer a Capela Rothko inteira. “Eric, a Capela não tem preço, não pode ser comprada, pois pertence ao mundo”, diz a sábia consultora.
O tempo inteiro ele é acompanhado por um grupo de seguranças que poderia muito bem proteger qualquer chefe de estado, uma das ironias mais finas do filme.
Mas nem tudo vai bem na vida de Parker. Após uma especulação financeira tomar um caminho inesperado, ele começa a perder “centenas de milhões de dólares” por minuto e entra em um processo de autodestruição ao visualizar a perda de seu império, o que desperta nele a busca por sensações novas e perigosas e que também não podem ser compradas.
Apesar de todo o consumismo, o dinheiro, o materialismo, algumas ações de Eric mostram que nada disso faz sentido, tamanho o tédio que sente e o desapego com a própria vida e com a dos outros.
Em uma entrevista ao jornal “O Globo”, o cineasta diz: “O livro fala de pessoas confrontadas pela ideia de que o mundo precisa de uma limpeza”.
Fonte// Via via
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