domingo, 20 de novembro de 2011

O amanhecer artístico de Kristen Stewart

A menina magricela que passou apuros ao lado de Jodie Foster em “O Quarto do Pânico” (2002) atingiu a maioridade, virou símbolo de beleza e agora inspira encomendas de vestidos de noiva. Kristen Stewart aparece pela última vez como a virginal Bella Swan em “A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1”, primeira metade da conclusão do fenômeno de bilheteria iniciado em 2008. A franquia ainda tem mais uma parte para ser exibida em 2012, mas a personagem não será mais a mesma após se entregar a seu par romântico.

“Pela primeira vez, você não vai se questionar se Edward e Bella vão ficar juntos”, brincou Kristen durante a divulgação em Los Angeles, revelando um segredo que todo mundo já sabia, afinal, desde que o primeiro livro escrito por Stephenie Meyer foi adaptado para os cinemas, os fãs correram para as livrarias para ler se a humana ficaria com o vampiro romântico, interpretado por Robert Pattinson, ou com o lobisomem amigo de infância (Taylor Lautner).

Agora já maior de idade, Bella casa-se com Edward – cena que nem o mais competente paparazzo conseguiu registrar (e olha que até de helicóptero eles tentaram tirar alguma foto!). O diretor Bill Condon (“Dreamgirls – Em Busca de um Sonho”, de 2006), responsável por transformar em dois filmes o livro “Amanhecer”, montou uma operação de guerra para impedir qualquer vazamento da imagem do secreto vestido da noiva.
“Parecia um casamento de verdade”, recorda-se a atriz. “Para uma menina, é maravilhoso usar um vestido de noiva elegante, simples, bonito e feminino”, ela projeta. “A Bella queria um casamento bonito, no qual ela realmente se entregasse à união. Mas nesse caso o desejo do casamento era de ambos. A emoção no rosto de Edward é inegável”.

Mas o clima de emoção era exclusivo dos personagens e dos bastidores, porque ela e Pattinson se divertiram à beça no altar, afinal eles são namorados. “Foi estranho. Ele não conseguia parar de rir durante as minhas tomadas e eu nas dele”, Kristen confidenciou.

As brincadeiras entre os dois também se repetiram durante a tão aguardada cena da noite de núpcias. “Toda vez que eu estava longe da câmera, eu fazia caretas para o Rob rir. Não conseguia levar a sério”. Nem poderia, já que os filmes da série “Crepúsculo” têm como público-alvo pessoas a partir de 13 anos, portanto as cenas de sexo não podiam exagerar na ousadia.

Ousadia é uma palavra que define bem Kristen, uma atriz que frequenta os sets desde os 10 anos de idade, ganhou aos 12 um papel de destaque num longa-metragem de David Fincher, um dos diretores mais respeitados de Hollywood, e encabeçava um fenômeno de bilheteria aos 17 anos.

Quando parte das críticas implicaram com o jeito exageradamente inocente de Bella, a garota emendou duas produções que exigiram uma postura completamente oposta à da colegial virginal: “The Runaways: Garotas do Rock”, sobre a banda de rock dos anos 1970 formada por mulheres, e “Corações Perdidos” (ambos de 2010), no qual interpreta uma prostituta.

E a ousadia de variar radicalmente continua em evidência em seus próximos trabalhos: a adaptação esperada há 50 anos da obra-prima da geração beat, “On the Road” e um novo projeto de blockbuster, “Branca de Neve e o Caçador”, produção que fará uma releitura do famoso conto de fadas imortalizado pela Disney, com Chris Hemsworth e Charlize Theron no elenco. A garota garante não estar preocupada com a repercussão das mudanças na história (o primeiro trailer já mostrou que Branca de Neve vai empunhar uma espada) e diz confiar em seu instinto. “É como eu sempre digo: eu não escolho essas coisas, são elas que me escolhem”.

Qualquer que seja o resultado, ao menos com relação à qualidade da interpretação os fãs parecem não precisar se preocupar, como Kristen Stewart vem demonstrando a cada trabalho. Afinal, como as duas partes de “Amanhecer” foram filmadas simultaneamente, houve semanas em que a atriz precisou encarnar no mesmo dia uma garota virginal na parta da manhã, uma grávida doente à tarde e uma vampira à noite.

Tudo para contar o final da história de amor que gerou muita discussão e polêmica sobre a açucarada relação entre a humana Bella e o vampiro Edward. “O que eu realmente amo neste filme em particular é que o diretor Bill Condon não teve medo de ser chamado de brega. Se você vai fazer um romance de verdade, precisa ouvir seu coração, não ter vergonha dele”, assume Kristen, ao concluir a saga sob a direção de um cineasta oscarizado (Condon ganhou o Oscar pelo roteiro de “Deuses e Monstros”, de 1998).

“Eles não são mais crianças brincando de dizer ?eu gosto de você? ou ?eu gosto dele?. O filme tem a ver com levar um relacionamento mais a sério, com consequências reais”, compara a atriz, referindo-se à forma como a saga termina mais madura. “Eu também não via a hora de ter logo um filho e me casar. Mal podia esperar para ver a filha da Bella e do Edward. Fiquei muito feliz por termos chegado a essa conclusão épica porque, assim como os fãs, eu estava à espera desses momentos”, ela assume, comentando o spoiler que todo fã da saga já decorou.

De fato, o universo de Stephenie Meyer começa a chegar ao fim nos cinemas, restando agora exatamente um ano para o capítulo final, “Amanhecer – Parte 2” (cujas imagens já foram concluídas), e Kristen terá que dar seu passo mais ousado: despedir-se da cinessérie que a transformou em estrela.

“É estranho não voltar para fazer outro filme (da saga). Mas tenho certeza que vou falar sobre Crepúsculo para o resto de minha carreira”, ela conclui.

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