segunda-feira, 23 de maio de 2011

Stephenie Meyer: “Jacob Se Tornou uma Resposta para Deficiências em Edward”

Jacob e seu futuro na Saga

“Eu sinto que naquele momento encontrara a resposta, sabia como tinha que ser! Sabia o destino que se escondia ali. E assim nasceu Jacob – como um aparato, na verdade -, para dizer à Bella o que ela precisava saber.

No entanto, assim que dei vida a ele, assim que dei à Jacob uma chance de abrir a boca, descobri que ele era encantador. Ele assumiu aquela personalidade que era muito divertida e fácil.

E você ama os personagens nos quais não precisa trabalhar. E Jacob não me deu nenhum trabalho. Ele simplesmente ganhou vida, e foi exatamente o que eu
precisava que fosse, e eu gostei dele, daquela pessoa.”

“… E depois minha agente amou esse Jacob, e ela nunca superou esse amor. Sempre foi cem por cento Team Jacob, o tempo todo.”

Shannon Hale: “[Risos] Eu também sou. Amo o Jacob.”

Stephenie Meyer: “Ah, eu também amo o Jacob! Por isso, quando minha agente disse ‘Quero mais um pouco dele!’, eu pensei ‘Sabe, eu adoraria criar mais para ele, mas não quero mexer muito com isso.’

Shannon Hale: “Preciso voltar ao ponto em que Jacob aparece porque Edward não é capaz de dizer ‘Eu sou um vampiro’. Então, foi Edward quem criou a necessidade de Jacob. Da mesma forma que a existência e a proximidade de Edward como vampiro transformaram Jacob em um lobisomem. Acho interessante que esses dois personagens, que algumas vezes são amigos, outras…”

Stephenie Meyer: “Não.”

Shannon Hale: “… inimigos, não consigam viver um sem o outro, aparentemente. Eles nasceram um para o outro.”

Stephenie Meyer: “Jacob nasceu de Edward… também porque, e acho que devemos dizer que isso é um defeito, Edward é incapaz de ser honesto sobre esse fato essencial de si mesmo. Porém, era uma falha compreensível – era algo que se esperava que ele mantivesse em segredo. Você sabe, isso não é algo que se diga todo dia em conversas corriqueiras, de passagem: ‘A propósito… [risos], sou um vampiro.’ Não é normal.

O personagem de Jacob também se tornou uma resposta para as deficiências em Edward – porque Edward não é perfeito. Havia coisas nele que não o tornavam o namorado mais perfeito do mundo. Quer dizer, algumas coisas faziam dele um namorado incrível, mas outras inexistiam, e Jacob era uma espécie de alternativa. Há Edward, alguém que pensa demais sobre tudo – cuja pior emoção é a extenuação -, e ele se tortura. Existe muita angústia, porque ele nunca se conforma com o que é.

E, então, aparece Jacob, alguém que nunca pensa realmente em nada e se contenta em contar com a sorte: se alguma coisa dá errado, bem, ok, vamos superar e seguir adiante. Ele é alguém capaz de lidar um pouco melhor com as coisas, sem pensar demais em nada. É um pouco rústico. Às vezes, parece bobo, só porque não para e pensa antes de saltar, sabe? Tudo se opunha em muitos aspectos à personalidade de Edward. Dava equilíbrio à história e uma chance à Bella, porque acho que ela precisava disso. Ela passou a ter a opção de uma vida diferente, com alguém que ela poderia ter amado – ou alguém que ela poderia amar.

Sempre senti que isso era realmente necessário para a história. Porque, quando escrevo, tento fazer os personagens reagirem às coisas como eu acredito que as pessoas reagiriam. Acredito que, na verdade, nunca é só um garoto – nunca existe esse momento em que você sabe. Existe uma escolha, e às vezes ela é difícil. Romance e relacionamentos são complicados, essa coisa confusa – e você nunca sabe o que esperar, as pessoas são muito surpreendentes.”

Sobre Eclipse

Shannon Hale: “Em que ponto você teve de começar a equilibrar o sucesso e as pressões externas enquanto ainda estava escrevendo? (Essa pergunta se refere ao fato de ela ainda estar escrevendo Eclipse quando Lua Nova tinha sido recém-lançado).

Stephenie Meyer: “… Eu também começava a receber aquelas manifestações que sugeriam que as pessoas não gostavam de Jacob, o que me pegou de surpresa. Acho que era porque elas não o ouviam em primeira pessoa, como eu. Mas tiveram a chance de ouvi-lo mais tarde.”


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