quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Artigo: Robert Pattinson estrelando ‘Cosmópolis’ de Cronenberg


Cosmópolis é uma gelada e vintade sátira. Pode compartilhar o parque financeiro, e a configuração de NY, implantada por Oliver Stone em “Wall Street”. Mas assim como Charlie Sheen se apoia em seu balcão e pergunta “Quem sou eu?”, Eric Packer olha de seu apartamento arranha-céu para o chão, e lembra: “Eu quero um corte de cabelo.”
E assim começa a odisseia “Ulyssian” por Manhattan como um homem de 28 anos de idade, bilionário, gestor de fundos que fez o seu dinheiro em ações de tecnologia, e tem uma abordagem quase que niilista-abstrata da vida e negócios.
Packer é, para todos os efeitos, um exemplo da soma cartesiana do cogito “ergo”. O leitos de “Cosmópolis”  fica com a impressão de que Packer pode ter sinceramente tentado dar sentido à existencia, e simplesmente descartado a noção de quando intelectualidade e o financeiro não revelam grandes verdades.
De fato, nos primeiros capítulos, não há um significado maior para ser derivado, da existência de Packer, ou da existência em geral. Ele lê poesia para ouvir sua própria respiração, e se casa com uma poeta e herdeira de uma dinastia de banqueiros europeus, mesmo ele achando que ela é uma péssima poeta, e ele não precisando do dinheiro.
Ele se situa em algum lugar entre Bud Fox, que nasceu com ética e moral, e Patrick Bateman, que nasceu vazio como Ted Bundy. Se como Fox e Bateman existem polaridades diferentes da ética e da moralidade, Packer aparece nas páginas iniciais despreocupado com qualquer filosofia. Na verdade ele parece ter mais em comum, digamos, com Bernie Madoff – que não manifestou qualquer ideologia de uma forma ou outra sobre suas ações.
Tudo na existência, seja Biológica, ou digital, é simplesmente uma profeção de uma vida sem significado para Packer. Mas torna-se evidente que o romance avança, que Packer não é uma simples projeção do niilismo pós-moderno.
Com isso em mente, é possível que Robert Pattinson consiga ir de um personagem que pode ir facilmente à uma caricatura?
Meu palpite é que ele poderia retirar o gelo de Packer, a arrogância intelectual, bem como deixar a emoção correr debaixo do verniz do personagem. Talvez Robert seja quem Cronenberg precisava  para Cosmópolis, apesar de eu ter passado um tempo sem acreditar que Cronenberg cairia à pressão do estúdio sobre o elenco.
Seja qual for o caso o campo dos atores na idade apropriada é limitado. Quem quiser ver James Franco em outro projeto, e Ryan Gosling seria uma escolha muito óbvia para este papel. O fato de Juliette Binoche e Mathiey Amalric serem escolhidos, certamente irá ajudar Robert nesse “jogo”.
Se alguém pode transformar Robert Pattinson, em Packer, esse alguém é Cronenberg.

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